O estudo, publicado nesta quarta pela revista Nature, foi feito com camundongos e mostrou que os dois grupos de neurônios estão localizados na região do cérebro conhecida como amigdala central. A aquisição ativa neurônios na subdivisão lateral da amígdala central enquanto a resposta ao medo condicionado está na subdivisão medial. Outro trabalho também publicado nesta edição da Nature por David Anderson e Wulf Haubensak, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, identificou um microcircuito dentro da subdivisão lateral (a que está relacionada à aquisição do medo) que ajuda a controlar o nível de “congelamento” de ações que ocorre como resposta ao medo condicionado. “Este tipo de estudo nos ajuda a entender melhor a função relacionada a comportamento dessas células e a manipulá-la”, explicou Anderson ao iG. E completou: “Entender o papel de tipos específicos de células na amigdala é a chave para aprender como o circuito funciona e como ele é influenciado por fatores genéticos e ambientais”. Os dois trabalhos podem também, no futuro, ajudar a entender certos distúrbios. “Por exemplo, o que acontece em doenças psiquiátricas como ansiedade, fobias e estresse pós-traumático”, afirmou Anderson.
Como o medo altera o cérebro
Outro estudo publicado na última segunda pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) mostra como áreas específicas do cérebro se alteram de acordo com a quantidade de medo e como o estímulo se apresenta. O trabalho, liderado por Dean Mobbs, do Conselho de Pesquisa Médica do Reino Unido, foi feito com tarântulas, que assustam pela aparência embora não sejam venenosas para o ser humano.
Eles observaram uma maior atividade no centro de resposta relacionado ao pânico, entre eles a amígdala e o núcleo da base da estria terminal, quando a tarântula ia na direção dos participantes do que quando ela se afastava. Detalhe: não interessava a distância absoluta em relação ao pé. Ou seja, mesmo que a tarântula estivesse vindo de encontro ao voluntário de longe, o medo sentido era maior do que no caso de ela estar indo embora de pertinho.
Os pesquisadores observaram também que a atividade cerebral em certas regiões variou conforme a trajetória e que algumas delas somente se ativavam em situações de medo extremo ou quando a aranha estava o mais longe possível do voluntário. Segundo os pesquisadores o trabalho pode também ser “uma fonte fértil para entender o medo exagerado observado em pessoas com fobias”.
- Fonte: IG Ciências
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