26 de out. de 2011

Coleta de Material para Exames Laboratoriais!


Coleta de Materiais para Exames Laboratoriais

O resultado correto de um exame de análises clinicas não depende somente de quem os analisa, mas também da qualidade da amostra coletada. A equipe de enfermagem atua no processo de coleta do material biológico, e, conforme a qualidade da amostra, os erros pré - analíticos são minimizados e os resultados garantidos. Para tanto são necessários cuidados especiais no momento da coleta.
A coleta de material biológico para analise é muito comum e útil no período pré – operatório e quando solicitado pelo médico.

Cuidados para evitar erros pré – analíticos

  • Jejum do cliente;
  • Tempo de jejum do cliente;
  • Tempo de coleta de amostras;
  • Horário da coleta;
  • Tempo de envio da amostra para o laboratório;
  • Uso prolongado do torniquete;
  • Erro de identificação da amostra;
  • Erro do volume ou quantidade da amostra para analise;
  • Tubos e equipamentos usados apropriados para coleta de material biológico;

Materiais biológicos e exames mais solicitados

 

Sangue
Urina
Fezes
Secreções
Hemograma
Tipo 1 ou EAS
Parasitológico
Líquor
Hb/Ht
Urina de 24 horas
Cropocultura
Vaginal
Sorologia
Urocultura
Pesquisa de Sangue
Uretral
Gasometria

Pesquisa de Sangue
Conjuntival

Os exames mais usuais são:
A – Urina
Urina tipo1: avalia as características físicas e químicas e os sedimentos urinários;
  • Primeiro jato: investigação do trato urinário baixo (urina mais concentrada).
  • Jato médio: colhe-se o jato médio da urina porque a primeira parte da uretra é colonizada pela flora normal, que pode interferir nos resultados (urina menos concentrada).
  • Jato final: útil na investigação de sangramentos.

Urina 24horas: avaliação da função renal.

Urocultura: pesquisa de microrganismos que pode evoluir para pesquisa de antibiograma.

B - Fezes
A composição das fezes se caracteriza por:
  • Resíduos de material indigerível, como a celulose dos alimentos digeridos;
  • Bile (pigmentos e sais), que dá a cor característica das fezes;
  • Secreções intestinais, incluindo o muco intestinal;
  • Leucócitos que migram da corrente sanguínea (em pouquíssima quantidade);
  • Células epiteliais que foram eliminadas;
  • Grande número de bactérias que podem constituir um terço da parte sólida total;
  • Material inorgânico, principalmente cálcio e fosfato (10% a 20%);
  • Alimentos não digeridos ou não absorvidos;
  • Cerca de 70% de água;
A analise das fezes determina as várias propriedades existentes para fins diagnósticos. Os testes mais solicitados são pesquisas de sangue, bile, larvas e ovos de helmintos, protozoários, câncer do cólon e ulcerações assintomáticas de outras massas do trato gastrointestinal.
Os exames mais usuais são:
  • Parasitológicos;
  • Coprocultura (exame bacteriológico das fezes)

C – Sangue
O sangue desempenha inúmeras funções, e os vasos sanguíneos são órgãos que viabilizam sua passagem para os diversos tecidos e/ou órgãos. Esses vasos estão conectados entre si, formando uma extensa e complexa rede de irrigação. Os vasos que entram no coração são chamados veias e os que saem do coração artérias. Em todo lado direito do coração circula sangue venoso, que vai para os pulmões para sofrer hematose. E em todo lado esquerdo do coração circula sangue arterial, que vai nutrir todos os órgãos e tecidos com oxigênio e nutrientes. O sangue é de importância vital, pois participa da regulação da temperatura corporal, do controle do pH, do equilíbrio hidrossalino, da oxigenação tecidual, da defesa do organismo, da distribuição de nutrientes, entre outros.

Hemograma:
Consiste na contagem global de eritrócitos, índices hematimétricos, valor de hemoglobina e valor hematrócrito (Ht), contagem global de leucócitos, contagem diferencial de leucócitos (neutrófilos, eosinofilos, basófilos, linfócitos e monócitos) e contagem global de plaquetas. È útil na avaliação de anemias, infecções bacterianas e viróticas, inflamações, leucemias e plaquetopenias.

Gasometria Arterial e Venosa:
Constitui a análise de gases sanguíneos, como O2 e CO2 e do equilíbrio ácido-basico, como bicarbonato e pH sanguíneo.

Sorologia:
È a avaliação da presença de determinados anticorpos no soro sanguíneo. È útil no diagnóstico de infecções por vírus, bactérias, fungos e protozoários.

Coagulograma:
Consiste na analise do tempo de sangramento, contagem de plaquetas, tempo de protrombina e tempo de tromboplastina. È útil na avaliação homeostática pré – operatória.

Tipagem Sanguínea:
Determina o tipo sanguíneo de acordo com o sistema ABO e Rh antes da transfusões, no pré – operatório e no perfil pré – natal.
Glicemia:
É útil para a detecção de glicose e diagnóstico das hipoglicemias e hiperglicemias. Para o diagnóstico de diabetes melito é necessário valor igual ou superior a 99mg/dl na amostra em jejum em pelo menos duas ocasiões. O diagnóstico de hipoglicemia estabelece-se com valores abaixo de 60mg/dl.

Bioquímica:
Utiliza o plasma ou soro para qualificação de eletrólitos, como sódio (Na), potássio (K) e Cloro (Cl).

Observações úteis na coleta sanguínea
  • Jejum – a falta de jejum aumenta a lipemia (gordura no sangue) e altera o resultado da glicose; jejum prolongado pode elevar as concentrações de bilirrubina sérica.
  • Medicamentos – o uso de medicamentos pode causar interferências na analise.
  • Períodos de repouso – a falta de repouso provoca alterações no hemograma, glicose, alguns hormônios, transaminases, etc.
  • Temperatura do cliente – a hipotermia promove vasoconstrição e dificulta venopunção; o estresse aumenta a temperatura afetando a secreção de hormônios as adrenal.
  • Infusão intravenosa – deve-se evitar coletar material pelo cateter da infusão venosa. Fazê-lo somente quando não houver outra alternativa. Deve-se retirar de 10ml a 15ml de sangue, desprezá-lo definitivamente e com outra seringa fazer a coleta da amostra desejada.
  • Torniquete – a utilização incorreta do torniquete (muito apertado ou por muito tempo) pode causar hemoconcentração local, alterando os valores de enzimas, proteínas, hematocrito, sódio, potássio, cálcio, ferro, colesterol, triglicérides, plaquetas e fatores de coagulação.
  • È preciso estar familiarizado com o material a ser utilizado.
  • Deve-se evitar que o cliente abra e feche a mão, pois pode levar a alterações dos resultados.
  • A punção deve ser finalizada sem desenvolver hematomas.
 Como proceder:
  • Lavar as mãos;
  • Preparar o material: bandeja contendo tubos de coleta, luvas de procedimento, seringas, dispositivos intravenosos, torniquetes, bolas de algodão, antisseptico, adesivos e etiquetas;
  • Realizar a identificação do cliente (conferir pulseira e perguntar o nome);
  • Solicitar o consentimento do paciente para execução do procedimento;
  • Orientar o paciente para o procedimento;
  • Acomodá-lo confortavelmente;
  • Posicionar a bandeja;
  • Observar a rede venosa e escolher a melhor veia para puncionar;
  • Calçar luvas de procedimento;
  • Garrotear de 10cm a 15cm acima do local da punção;
  • Deixar o menor tempo possível o cliente garroteado;
  • Apalpar a veia escolhida;
  • Fazer antissepsia ampla do local da punção com movimentos firmes num único sentido;
  • Pegar o dispositivo intravenoso escolhido de modo que o bisel esteja voltado para cima;
  • Fixar a veia;
  • Puncionar a veia, introduzindo o dispositivo intravenoso acoplado á seringa;
  • Fixar o dispositivo;
  • Aspirar o volume sanguíneo determinado para o exame solicitado:
  1. Se seringa passar o conteúdo da seringa (sem agulha) para o tubo de modo que o sangue escorra pela parede do mesmo.
  2. Se vácuo, o conteúdo vai diretamente para o tubo.
  • Observar a reação do paciente;
  • Retirar o dispositivo;
  • Fazer compressão do local com algodão seco;
  • Orientar o paciente a não dobrar o braço;
  • Descartar materiais perfurocortantes em local próprio;
  • Retirar as luvas de procedimento;
  • Lavar as mãos;
  • Checar na prescrição médica correta;
  • Manter a unidade em ordem e encaminhar material colhido;
  • Realizar anotações de enfermagem;
Exemplo de registro de enfermagem:
Data:        Hora:          Relatório de enfermagem: Coleta para analise de Na, K, Glicemia, etc. Encaminhado para:            Assinatura: 

Teste de glicemia com fita reagente

Material Utilizado:
·        Bandeja;
·        Lanceta;
·        Bolas de algodão;
·        Álcool a 70%;
·        EPIs;
·        Glicosímetro;
·        Fitas reagentes;

Como proceder:
·        Lavar as mãos;
·        Realizar a identificação do paciente (conferir pulseira e perguntar o nome);
·        Orientar o paciente para o procedimento;
·        Calçar as luvas de procedimento;
·        Fazer antissepsia da parte distal do dedo;
·        Posicionar o dedo do paciente para baixo;
·        Fazer uma leve pressão no dedo escolhido;
·        Introduzir a lanceta num movimento firme e único na lateral do dedo;
·        Coletar uma gota de sangue e pingá-la na fita reagente;
·        Comprimir o local com algodão seco;
·        Proceder a leitura de acordo com o fabricante do glicosímetro;
·        Deixar unidade em ordem;
·        Retirar luvas de procedimento;
·        Lavar as mãos;
·        Checar na prescrição médica correta;
·        Realizar anotações de enfermagem na prescrição correta:
     Exemplo de registro de enfermagem:
Data:       Hora:    Relatório de Enfermagem: Realizado teste de glicemia com fita reagente com resultado:                 Assinatura:

Urina tipo 1 – Jato médio
 
Material utilizado:
  • EPIs;
  • Coletor de urina;
  • Material para lavagem externa se necessário;
  • Saco plástico;
 Como proceder:
  • Lavar as mãos;
  • Realizar identificação do paciente (conferir pulseira e perguntar o nome);
  • Solicitar o consentimento do paciente para execução do procedimento;
  • Orientar o paciente para o procedimento;
  • Fazer a higiene intima;
  • Desprezar o primeiro jato;
  • Coletar o jato médio;
  • Coletar em frasco próprio, limpo e seco;
  • Identificar amostra;
  • Colocá-la dentro de um saco plástico;
  • Manter a unidade em ordem;
  • Retirar luvas;
  • Lavar as mãos;
  • Chegar na prescrição medica correta;
  • Realizar anotações de enfermagem na prescrição correta:
     Exemplo de registro de enfermagem:
Data:       Hora:    Relatório de Enfermagem: Feito coleta de urina tipo 1; encaminhada ao laboratório:                 Assinatura:

Urina 24horas

 
Material utilizado:
  • Identificar os frascos para coleta de urina durante 24horas;
  • Fazer rotulo contendo horário de inicio e horário de termino da coleta;
  • Orientar o cliente para não desprezar a urina no vaso sanitário;
  • Após 24 horas encaminhar o material para o laboratório;
  • Checar na prescrição correta;
  • Realizar anotações de enfermagem na prescrição correta;
     Exemplo de registro de enfermagem:
Data:       Hora:    Relatório de Enfermagem: Encaminhado para laboratório 4 frascos contendo 5 litros de urina clara, sem grumos para analise de 24 horas
ao laboratório:                 Assinatura:

Urocultura
 
Material utilizado:
·  Coletor estéril de urina;
·  EPIs;
·  Material para lavagem externa;
·  Sonda vesical de alivio se necessário;
·  Saco plástico;

 Como proceder:
  • Lavar as mãos;
  • Orientar o cliente quanto ao procedimento;
  • Fazer lavagem externa;
  • Passar sonda vesical de alivio para coletar a urina; se o paciente já estiver sondado:
    1. Desprezar todo conteúdo do coletor;
    2. Fechar a sonda vesical por 2 horas;
    3. Fazer a coleta da urina através do dispositivo localizado na extensão do coletor;
  • Coletar a amostra do material em tubo estéril;
  • Identificar a amostra;
  • Colocá-la dentro de um saco plástico;
  • Manter unidade em ordem;
  • Retirar luvas;
  • Realizar anotações de enfermagem;
  • Encaminhar ao laboratório;
  • Checar prescrição médica correta;
  • Realizar anotações de enfermagem ma prescrição correta
Exemplo de registro de enfermagem:
Data:     Hora:     Relatório de Enfermagem: Coleta de urina estéril através de sonda de alivio; encaminhado para laboratório.      Assinatura:

 Glicosúria:
Material utilizado:
  • EPIs;
  • Fitas reagentes;
  • Seringa;
  • Comadre ou papagaio;
 Como proceder:
  • Lavar as mãos;
  • Realizar a identificação do cliente (conferir pulseira e perguntar o nome do paciente);
  • Solicitar o consentimento do paciente para execução do procedimento;
  • Orientar o paciente para o procedimento;


Cuidados de enfermagem em exames laboratoriais

·        Importância
·        Colaborar para um diagnostico;
·        Medicina preventiva;
·        Avaliar a eficácia de um tratamento;
·        Avaliar o grau de aderência do paciente.
·        Complicações
·        Mudança de hábitos nos dias que antecede a realização dos exames (Resultado falso positivo);
·        O prazo de validade dos exames é curto, pois eles interpretam o que está acontecendo com você nesse momento;
·        Influencia
·        Alimentação;
·        Atividade física;
·        Sono;
·        Faixa etária;
·        Diferentes fases do ciclo menstrual.
·        Material para exame
·        O cumprimento do que se é recomendado por parte do paciente;
·        Se as orientações foram fornecidas de forma correta;
·        Coleta adequada;
·        Fixação e o transporte do material correto.
  Enfermeira/Professora: Ana paula Moreira Campos.

7 comentários:

  1. interessanteeeeeeeeeeee .... ><

    pra caralh*usahsauhsuasua


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  2. uhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

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  3. quero saber cores dos tubos hemograma,glicose,triglicerideos,colesterol,ureia,creatinina,tgo,tgt,acido urico,coagulograma

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    1. roxo,seco vermelho ou amarelo,cinza glicemia, azul coagulograma

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  4. A coleta de material para exames em urgencias é exclusiva da enfermagem?

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