31 de out. de 2011

Instrumentação Cirúrgica - Tempos Cirúrgicos!


INTRODUÇÃO
A utilização do instrumental cirúrgico é planejada em função do tipo de cirurgia e do tempo cirúrgico. As intervenções cirúrgicas se realizam em quatro tempos:
• Diérese (abertura)
• Hemostasia
• Cirurgia propriamente dita (exerese)
• Síntese (sutura)
Os instrumentais cirúrgicos são agrupados de acordo com os tempos cirúrgicos.

HISTÓRICO
Ao longo da história da humanidade, encontram-se episódios que retratam atitudes cirúrgicas para a manutenção da vida. Inicialmente, as cirurgias eram dirigidas para a correção deferimentos traumáticos e o controle do sangramento. O controle da dor intra e pós-operatório, a anestesia e os passos inicias do controle da infecção cirúrgica também transformaram a historia da cirurgia, contribuindo para sua evolução. Em princípio, a cirurgia era mutiladora e visava extirpar a parte do doente ou o órgão afetado. Após a descoberta da narcose e da assepsia, no século XIX, as cirurgias passaram a ser restauradoras e conservadoras. A partir daí então, observa-se um avanço acelerado no desenvolvimento, tanto cientifico como de técnicas cirúrgicas cada vez mais especifica, menos mutilantes e mais curativas. Vale ressaltar que o alivio da dor, o controle do sangramento e da infecção são aspectos que continuam a ser focalizados como indicadores do sucesso cirúrgico.
Outro ponto a ser considerado na evolução da cirurgia foi o desafio de transformar o ato cirúrgico em uma atividade cientifica e em uma escolha terapêutica segura. Aliados a evolução cirúrgica, muitos instrumentos foram idealizados e utilizados por cirurgiões em todos os períodos da historia. Com o passar do tempo vários desses instrumentos, em especial os instrumentos de síntese, foram reformulados, adaptados, dispensados ou substituídos por outros mais práticos e específicos para um determinado procedimento. Os instrumentos cirúrgicos são essenciais para o desenvolvimento das seqüências que compõe os tempos cirúrgicos.

TEMPOS CIRÚRGICOS
A expressão tempos cirúrgicos caracteriza a seqüência de procedimentos utilizada namanipulação dos tecidos e vísceras durante o ato operatório, sendo identificada por quatro tempos básicos.

Diérese: consiste em separar tecidos, ou planos anatômicos, para atingir uma região ou órgão. A diérese pode ser realizada por vários métodos: mecânico, térmico, crioterapia e raio laser, sendo que o mais empregado é o mecânico, utilizando materiais cortantes, como o bisturi elétrico, tesoura, faca, serra trepano, agulhas e outros.

Hemostasia: Consiste em determinar ou prevenir um sangramento. Pode ser feito por meio de pinçamento e ligadura de vasos, eletrocoagulação e compressão. Estes métodos podem ser usados simultaneamente ou individualmente.

Cirurgia propriamente dita ou Exerese: É o momento em que o cirurgião atinge o ponto desejado e realiza a intervenção cirúrgica, visando diagnostico, controle ou resolução da intercorrência, reconstituindo a área e deixando-a mais fisiológica possível.

Síntese ou Sutura: É a união dos tecidos, A síntese pode ser classificada em:
Cruenta: sutura é permanente ou removível;

Incruenta: sutura por meio de gesso, adesivo ou atadura;

Imediata: após a incisão;

Mediata: apos algum tempo da incisão;

Completa: em toda a extensão da incisão;

Incompleta: é mantida uma pequena abertura para a colocação de drenos.

Na síntese dos planos deve ser respeitada hierarquia tecidual, sua estratificação, fazendo a reconstituição pela síntese de tecidos idênticos entre si. As condições necessárias para uma boa síntese são: anti-sepsia local, vascularização perfeita das bordas de incisão. Bordas nítidas, hemostasia perfeita, ou seja, ausência de hematomas ou outras coleções, pois sucesso da síntese depende da hemostasia orgânica correta, coaptação sem compressão dos tecidos, ausência de corpos estranhos e tecidos necrosados, escolha de fios apropriados para cada tecido, execução com técnica correta.


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