1 de nov. de 2011

Cuidado!


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um alerta sobre os possíveis efeitos colaterais das pílulas anticoncepcionais combinadas (COCs), sendo as mais conhecidas no mercado a Yaz e a Yasmin.

A medida foi tomada após um novo estudo internacional reforçar que os anticoncepcionais que contêm o hormônio drospirenona aumentam em até três vezes o risco de trombose venosa entre as usuárias. Em nota, a fabricante destes medicamentos, o laboratório Bayer, informou que tem conhecimento da nova pesquisa, mas que ainda analisa os resultados para comentá-los.
A Bayer afirmou também que “os resultados de estudos de segurança realizados pós-comercialização de até 10 anos dão suporte à conclusão da Bayer de que os produtos são seguros e eficazes quando utilizados conforme indicação médica.”
Estas pílulas ganharam popularidade por provocarem menos reações adversas – comuns nos anticoncepcionais, como inchaço, ganho de peso, dores de cabeça e também diminuição da libido –, benefícios agregados justamente por serem produzidas com doses diferenciadas de hormônios que agora, tudo indica, mostram-se como responsáveis pelo o aumento da incidência dos coágulos.
Foi constatado o registro de 4.200 casos de trombose venosa. Na comparação entre usuárias de pílula tipo COC e usuárias de pílulas só com progesterona, o risco do problema que resulta em trombose foi duas vezes maior. Quando foram comparadas a mulheres que não usavam nenhum medicamento contraceptivo, a incidência nas usuárias das pílulas do tipo COC foi três vezes maior.
No mês passado, a FDA (Food and Drug Administration), agência norte-americana responsável por regular o mercado de alimentos e medicamentos nos EUA, já havia emitido um comunicado de advertência sobre estes efeitos colaterais no sistema venoso feminino.
A Anvisa agora segue a mesma linha e avalia que mesmo sem novos achados contundentes para a proibição do medicamento, vai reforçar aos médicos que fiquem atentos aos possíveis casos de trombose entre as usuárias. Na nota técnica, a agência brasileira orienta que os profissionais notifiquem qualquer efeito colateral apresentado por suas pacientes, mesmo que eles já estejam previstos na bula.
Benefícios e malefícios
O presidente da Comissão de Contracepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Rogério Bonassi, ponderou que os novos resultados dinamarqueses ainda não são definitivos e que não há motivo para pânico ou alarde.
“A trombose, mesmo entre usuárias de pílulas Yaz e Yasmin, é um evento muito raro”, afirma.
“Entre usuárias de anticoncepcionais comuns, o risco de trombose é de cinco casos para cada 100 mil mulheres. A incidência, portanto, aumenta para 10 casos em 100 mil entre as consumidores de COCs, uma incidência ainda muito pequena”, avalia.
“Isso sem contar que a gravidez é um fator de risco muito maior para este problema venoso. Entre as grávidas a incidência é de 60 casos em cada 100 mil.”
Ainda de acordo com Bonassi, os benefícios destas pílulas são muitos, em especial na redução de sensações desagradáveis para as pacientes. Ele afirmou também que a trombose tem causa genética e não é muito influenciada por hábitos de vida (exceto obesidade). Por isso, defente o especialista, todos os métodos contraceptivos precisam ser discutidos entre o médico e paciente antes de iniciar o uso.



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